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CEOs e diretores não se entendem com inteligência artificial

Líderes hesitam em confiar nas previsões baseadas em inteligência artificial. Crédito: Canva.

Para especialista, enquanto os presidentes das companhias desejam revolucionar os negócios com IA, as demais lideranças querem apenas melhoria na tomada de decisões

Tem sido comum a desconexão entre a visão do CEO e das demais lideranças de uma empresa em relação ao potencial da inteligência artificial (IA) no ambiente corporativo. Isso acontece devido a preferência de líderes, como vice-presidentes e diretores, em usar a IA apenas como apoio para melhorar a tomada de decisões, enquanto os CEOs esperam revolucionar as empresas e criar melhores produtos e serviços com o uso dessa tecnologia.

Essa é uma das percepções de Sandor Caetano, especialista em inteligência artificial e Chief Data Officer do PicPay, coautor do livro “O Cientista e o Executivo – Como o iFood usou a inteligência artificial para revolucionar seus processos, criou vantagem competitiva e se tornou um case mundial de sucesso”, pela editora Gente.
 

“Diferentemente dos CEOs, as demais lideranças querem manter o status quo. Ou seja, desejam receber algumas previsões feitas por IA para continuar tomando as decisões que já tomavam. Mas é crucial entender que, no mundo da IA, a melhor pessoa para tomar decisões não é necessariamente a mesma que tomava decisões no passado. Isso gera a agitação que observamos, explicando a desconexão entre os CEOs e os C-Levels com a média gestão”, afirma Sandor Caetano.


O livro escrito por Sandor Caetano e Diego Barreto, vice-presidente de finanças e estratégia do iFood, foi concebido para líderes de uma maneira geral e destaca os três estágios existentes na tomada de decisão. “Inicialmente, temos o estágio da pessoa de maior poder, passando para o segundo estágio, onde a decisão é tomada de maneira mais analítica. Contudo, é no terceiro estágio que ocorre a verdadeira separação entre as previsões feitas por IA, o julgamento sobre o retorno que essas previsões podem gerar e, finalmente, a decisão final”, complementa o CDO do PicPay.


Pesquisa realizada em outubro deste ano pela agência de big data Data-Makers, com 373 CEOs e C-levels de empresas brasileiras de diferentes setores, mostra que entre os líderes que qualificaram a atuação de suas empresas como “péssima” em IA, 83% foram CEOs. O estudo também destaca que 28% dos casos de uso de IA têm como foco o apoio à tomada de decisão.


Outro aspecto interessante relacionado à IA e tomada de decisões estratégicas diz respeito à falta de confiança na tecnologia. “Embora a IA ofereça boas previsões baseadas em dados precisos, há uma hesitação por parte de alguns líderes em confiar nessas capacidades”, afirma Sandor Caetano. De acordo com o especialista, sistemas de IA analisam grandes volumes de dados, permitindo uma tomada de decisão mais informada e ágil. As empresas que utilizam previsões impulsionadas por IA têm uma vantagem competitiva na adaptação a mudanças no mercado.


“A adoção da Inteligência Artificial não é apenas uma escolha tecnológica, é uma decisão estratégica que pode moldar o futuro das empresas. Aqueles que utilizam a IA colhem os benefícios da eficiência, inovação e competitividade, enquanto os que resistem correm o risco de ficar para trás em um mundo empresarial em constante evolução”, diz Sandor Caetano.


Sobre Sandor Caetano – Especialista em Inteligência artificial e Analytics, com mais de 16 anos de experiência no mercado, é atualmente Chief Data Officer do PicPay. Economista por formação, pela Universidade de São Paulo, e cientista por profissão, se destacou por sua atuação em teoria dos jogos e econometria, prestando consultoria para diversas empresas do setor de bens de consumo e alimentos. Foi responsável por liderar os times de IA do Nubank e foi Chief Data Scientist e Vice-Presidente de Dados e IA do iFood.

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