Notícias

Inseto necrófago é determinante para estimar tempo de morte

publicado: 10/09/2017 00h05, última modificação: 07/09/2017 10h19
Insetos colhidos em local de cadáver.jpg

As larvas são fundamentais para estimar a morte. Em laboratório elas se alimentam de carne moída até se tornarem adultas - Foto: Evandro Pereira/Divulgação

tags: perícia criminal


Cardoso Filho

Larvas de insetos colhidas no cadáver sem identificação e em adiantado estado de putrefação ou em decomposição podem estimar o tempo de morte e outros fatores relevantes para solucionar um crime. É o que explica o perito oficial criminal do Instituto de Polícia Científica, Rodrigo Farias, responsável pelo setor de entomologia forense.

A Entomologia Forense foi implantado na Paraíba em 2016. O perito oficial do Instituto de Polícia Científica da Paraíba, Rodrigo Farias, disse que é importante salientar que outros dois estados, Bahia e Rio de Janeiro existem peritos que realizam exames de entomologia forense há vários anos, mas o IPC paraibano foi o primeiro a implantar o setor oficialmente no país, de modo que cada exame requisitado geral seu próprio número de laudo. Alguns estados realizam seus exames em universidades federais que possuem convênios com a Polícia Científica.

Segundo Rodrigo Farias, não é apenas em relação a cadáveres que a Entomologia Forense pode ser empregada. Pessoas vítimas de maus tratos ou negligência nos cuidados de higiene básica podem ter partes do seu corpo colonizadas por insetos e, a partir deles, é possível estimar a quanto tempo aquele indivíduo estava sendo vítima de tal negligência.

O perito oficial do IPC paraibano explica que existem dezenas de espécies de moscas que podem ser estudadas e utilizadas na Entomologia Forense. As mais comuns são aquelas chamadas de necrófagas, pois na sua fase larval (popularmente chamada de “tapuru”) alimentam-se dos tecidos do cadáver até atingirem o momento em que se abrigam em algum local para completarem sua metamorfose. Além disso, não são apenas moscas que são alvo de estudo da Entomologia Forense. Outro grupo de insetos muito importante que possui espécies necrófagas são os besouros.

Na Paraíba, a entomologia forense é um setor do Núcleo de Criminalística de João Pessoa. Como foi recém implantado e não havia infraestrutura para se criar um laboratório exclusivo, Rodrigo Farias utiliza as instalações de dois laboratórios do Instituto de Polícia Científica da Paraíba, no Bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa. o Laboratório de Antropologia Forense, do NUMOL - Núcleo de Medicina e Odontologia Legal, e o Laboratório de Físico-Química, do NULF - Núcleo de Laboratórios Forenses.