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Porto de Economia quer protagonizar maior ambição na atração de talento e investimento

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É um dia inteiro dedicado a partilhar, pensar e criar uma cidade economicamente dinâmica. Mais de 50 empresas, empreendedores, entidades académicas e demais agentes económicos encontram-se, ao longo desta terça-feira, no Centro de Congressos da Alfândega para a primeira edição do fórum Porto de Economia. Reconhecidos os bons resultados, alcançados em conjunto, fica a assunção de uma atitude sempre mais ambiciosa.

Na abertura do fórum, o presidente da Câmara do Porto partilhou três "preocupações": a persistente "fobia do mérito", a "necessidade de criação de riqueza", antes de se pensar em redistribuição, e a aposta na adaptação às "transições da Inteligência Artificial", ao invés de se "lutar contra moinhos de vento".

Chamando à atenção para o "tempo de decisões" que o país vive atualmente, Rui Moreira acredita que "precisamos de políticas viradas para a criação de riqueza e esta não se faz por modelos rentistas", mas através de empresas exportadoras e de alto valor acrescentado.

"Não é necessário voltar a inventar a roda. É apenas deixar que a roda ande e não tentar, permanentemente, colocar um travão", reforça o presidente.

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Dando o exemplo do Porto, Rui Moreira enumerou conquistas como as "excelentes universidades e politécnicos, com capacidade para formar capital humano em áreas científicas e tecnológicas de grande potencial", "o ecossistema de inovação e empreendedorismo a crescer sustentadamente nos últimos anos" ou a capacidade, potenciada pela ação da InvestPorto, mas também pela "qualidade de vida e níveis de bem-estar da cidade", de "atrair grandes empresas tecnológicas internacionais".

Atrair doutorados para o tecido empresarial para potenciar a inovação

Ainda assim, considera, "a cidade tem de continuar a ser ambiciosa". E isso traduzir-se-á no "aprofundar da transformação da nossa economia, de modo a gerar mais emprego qualificado, mais oportunidades de negócio, mais projetos academia-empresas, mais inovação empresarial".

Entre os obstáculos a essa ambição, o presidente da Câmara refere "a burocracia administrativa, o sistema fiscal, os custos de contexto, a instabilidade legislativa, a morosidade na justiça e a lenta execução dos fundos europeus".

Mas o foco de Rui Moreira neste fórum foi para o "amplo caminho a percorrer na cooperação entre universidades e empresas", concretamente para o "irrisório" número de doutorados no mundo empresarial.

"Precisamos de conciliar melhor as culturas académica e empresarial", defende o presidente, crente de que "com mais doutorados, as empresas têm melhores condições para apostar na inovação e, a partir daí, desenvolver bens e serviços mais competitivos".